sexta-feira, 10 de outubro de 2008

CADA PORTA EM SEU LUGAR- LARGO TREZE


Quase de madrugada. Uma caravana chega ao Largo Treze. Opalão, caminhonete, portas, pedras,caixas.
Os últimos fregueses do cachorro-quente ao verem caixa e porta e cãmeras e tudo mais, começam a comentar: "é o caixão do Kassab" "é para abrir novas portas de emprego".
Os policiais simpáticos também se aproximam, achando que é protesto.

Na porta do Largo Treze, em frente ao calçadão onde se concentram centenas de camelôs todos os dias, instalamos um mercado árabe. Lindo. Colorido. Mercado de sonho. Mercado, razão pela qual nasceram as cidades. Lugar comum e universal. Regulado hoje por um sistema que determina quem pode vender e quem é ilegal.

Depois de olhar pelo olho-mágico, o policial mais jovem comentou:´"é que nem a música do John Lennon. Imagina um mundo melhor."
O moço do cachorro-quente mais cético "alguém vai se apossar e começar a cobrar 50 centavos pra deixar dar uma olhada!".
Quando eu perguntei se a porta iria atrapalhar a barraquinha de algum camelõ, o policial mais velho respondeu: "Não tem problema não. Eles não têm direito de ficar aqui mesmo!"

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